Finalmente, vamos falar da moda Pandora...

Oi, gente! Este post foi feito originalmente há alguns anos atrás. Algumas das informações nele contidas já estão desatualizadas. Mas como o texto está bem explicativo, achei por bem repostá-lo. Por favor entrem em contato comigo se quiserem maiores detalhes sobre os produtos nele comentados. 

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Oi, gente... Finalmente vamos aprender um pouco sobre esta nova mania em semi-jóias, que é o pingente pandora. Como eu sou mesmo uma pessoa muito prolixa, e gosto de encher vocês com cultura inútil, vamos passear um pouquinho na história e na cultura, para entender finalmente a
graça toda desta nova forma de compôr jóias.

O nome Pandora vem da mitologia grega. Segundo a história, Pandora foi a primeira mulher da humanidade. É a versão da Grécia Antiga para a Eva... E vocês verão que não é muito diferente... A moça teria sido uma PUNIÇÃO aos seres humanos, por parte de Zeus, por conta da gracinha de Prometeu (um Titã que representava a raça humana) em lhe roubar o segredo do fogo. Pois é... A primeira mulher, segundo esta história, era um castigo... Aí, deuses do Olimpo se uniram e foram presenteando a criação, que foi feita de barro, com uma série de qualidades. Terminaram criando um ser sedutor, capaz de levar o homem no bico. Hermes, particularmente, deu-lhe de presente a traição e a mentira. Ou seja, a mulher era uma arma perigosa!!!


Depois de pronta, ela foi dada como presente a Epimeteu, irmão bobão de Prometeu. Ele tinha sido alertado para não receber nenhum presente dos deuses. Mas ele era bobão, como já disse. E aceitou Pandora de bom grado. Casou-se com ela! O cara era cheio de aceitar presentinhos esquisitos dos deuses. Um tempo atrás tinha recebido uma jarra (caixa), fechada. E dentro dela estavam os males do mundo. Era só não abrir para nunca ter que enfrentá-los... Mas, por pura curiosidade inocente (será?), a esposa do bobão - a mulher furacão - resolveu abrir o pote, liberando quase tudo que havia lá dentro. Com o susto acabou fechando o pote antes que a antecipação pudesse sair...

Deixe-me me explicar aqui. Em alguns textos a palavra grega é traduzida como esperança. Mas é uma tradução errônea. A palavra que define este último mal que ficou no pote é mais condizente com a antecipação dos males mesmo. Como se, depois de liberar tudo, Pandora tivesse fechado o pote antes que o poder de antecipação do mal também saísse. Então nós, seres humanos, enfrentamos aos males da vida, sem poder prevê-los. Outra coisa que quero explicar é que, de novo por conta de um erro de tradução, nós conhecemos este conto como 'A caixa de Pandora'. E o objeto não é uma caixa. É mesmo um vaso, jarro, qualquer coisa neste outro formato, comum na Grécia Antiga.

E eis a história de Pandora... Ou a parte que nos interessa dela. Prometo que um dia conto tudo direitinho. É que, pro nosso assunto, basta que saibamos esta parte...

Então, Pandora, a primeira mulher, que foi um castigo, era muito linda e sedutora, e abriu um pote cheio de surpresinhas para a raça humana. E eu não entendi o por que então um casal de Dinamarqueses abriu uma loja de jóias com esse nome no começo dos anos oitenta... Hahaha. O caso é que a loja prosperou e logo eles estavam abrindo uma filial de manufatura e venda de atacado na Tailândia. Com o tempo a coisa continuou prosperando e eles resolveram contratar designers para fazer peças exclusivas. Este foi o pulo do gato!

Os dois designers contratados trabalharam juntos para criar uma linha própria e uma peça de assinatura para a marca. Nascia assim os 'pingentes Pandora'. A pulseira de pingentes (pulseira de berloques) deles é com certeza a joia que dá assinatura à marca e causa furor no consumidor.

E é claro que quando uma coisa é boa, e faz sucesso, logo ela é copiada. E foi assim que a moda dos pingentes pandora começou!!!

Na minha humilde opinião é uma maneira versátil de se carregar pingentes. Você pode montar sua própria joia,  enchendo-a de símbolos e formas (e acho que daí surgiu o conceito Pandora), sem se preocupar demais com a estética, por que parte da graça está justamente na personalização. ADORO este conceito!!!

E, aqui para o nosso Treasures Chest não seria diferente. Depois de uma prévia pesquisa, comecei a produzir pulseiras nestes moldes. É claro que idéias novas demoram um pouco para se solidificarem, e alguns de meus designs podem não agradar tanto. Mas estamos chegando em algum lugar.

Eu não estava tão satisfeita com as peças de metal feitas à base de níquel vendidas aqui no Brasil. É que muita gente (incluindo eu) tem alergia ao níquel. Sabe quando sua pele fica manchada, quando você usa um acessório de metal banhado, ou até mesmo uma peça de ouro??? Pois é... A culpa normalmente é do níquel. É que ele é usado na composição de peças metálicas, para dar liga, por que é um dos metais mais baratos...

Eu não estava muito satisfeita com essa coisa de ficar com o pescoço verde ao usar uma joia qualquer que eu gostasse. Por isso, fui pesquisar para saber quais eram as alternativas. O ideal seria usar peças em prata. Mas elas são caras, e eu queria manter os preços das minhas criações num patamar acessível...

Aí pesquisando no google (oh, ferramentazinha legal), acabei descobrindo a prata tibetana. Vou explicar do que se trata: a prata tibetana é uma liga metálica. Quando começou a ser produzida guardava em sua composição 30% do metal prata, além de levar cobre e estanho ou níquel... Com o tempo este último componente foi abandonado de vez, por que a porcentagem mundial de pessoas alérgicas é grande. A parte chata é que com o tempo, e com a produção em larga escala por parte do mercado oriental, a peça também perdeu em prata. Hoje o comum é que a peça seja, na verdade, uma liga de estanho, com 15% de prata.

Então, este tipo de metal é mais valioso do que os produzidos à base de níquel e cobre, apenas, mas é menos valioso do que a prata pura. Por não possuir mais o níquel, nem mesmo o chumbo (que também costumava ser usado nestas ligas antigamente) em sua composição, torna-se uma liga mais nobre, e que na maior parte dos casos não provoca aquela alergiazinha chata. Meu interesse cresceu demais, e resolvi buscar onde comprar, a principio para mim. O grande problema é que este metal não é tão popular aqui no Brasil, e os poucos lugares que encontrei disponibilizando peças com esta composição, tinham pouquíssima variedade. E por vezes praticavam preços que equivaleriam aos da prata pura... Não dava...

Resolvi continuar procurando, e acabei chegando num bom fornecedor, honesto e muito diligente, da China... Sim, o país... Longe da gente... Por falta de opção, não me restou outra alternativa senão a importação. Para tanto recebi a ajuda logística do nosso já citado amigo Marcos, da Dirty Pop Sales. Ele acabou virando meu importador... Com preços ainda competitivos em relação ao mercado nacional, Marcos me ganhou. *ATUALIZAÇÃO em 2012: não sei se Marcos ainda trabalha com importações. Mas ainda tenho peças em prata tibetana disponíveis. Quanto ao meu amigo, assim que souber se ele ainda disponibiliza os serviços, aviso vocês!*

Esta semana chegou a primeira leva de peças de prata tibetana, que vou disponibilizar para venda aqui. Espero que todos gostem muito. Eu amei. Elas são lindinhas, e vão abrir um leque de oportunidades para nós que temos alergia ao níquel (por que é claro que já fiz algumas pulseiras para mim).

Beijos da JulyN